VOU EGNORAR-TE

V O U I G N O R A R – T E

Anseio por solidão

Fujo do espectro que sou eu

Carrego na lembrança só seu nome

Vago sem saber o caminho

Na falsidade me encontrarias sorrindo

Verdadeiramente faço silêncio

Deveria gritar

Mas vou ignorar-te

Fazes-me de bobo infantil

Escarnece em falácias de imitação

Gargalha, vira-me a costa e rebola

Falta só bater-me na face

De que vale o choro?

Para que súplicas?

Meu sofrimento não chega a ser espinho

Tão pouco é afetação

Porém não é branda a angústia

Sou despojado de alegrias

Pergunto-me: por que estou sozinho?

Irrisória a razão

Sei que meu banzo é ridículo

Minha tristeza é incompreensível

Contudo não vou aplaudi-la

Apenas aceito sua aversão

Foste especial no meu mundo

Obrigado! Aprendi a lição

Não mais tenho por ti nem simpatia

Hoje sou eu a repudiar-te

Em pensamento te afago

Nem percebo você distante

Dissolvo este querer

Acabou o conflito

(julho/1985)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 28/02/2011
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