Perdido na noite
Despertei distante,
como de costume,
com grito ululante,
imerso em negrume,
um arfar pesado,
marca descompassado,
um respirar desesperado.
Tempo sem medida,
passa vilão,
dor incontida,
não,
aflição tamanha,
contra parede estranha,
um golpe que mal arranha,
dói o punho,
também o peito,
com a dor comunho,
profundo respeito.
Noto,
o que me despertou,
da dor devoto,
fui eu quem gritou,
somente como quem tanto sofreu,
me escondo do breu,
cerrando-me no escuro do meu.
A dor se mantém,
tento o sono abraçar,
mas sei muito bem,
que logo irei acordar.