Os Filhos do Aurélio

Me desfolhei no inverno como

Uma árvore faz no outono...

Das palavras que não sou dono, abandono!

Dizem qu'eu escrevo com sabedoria!

Quem me dera saber assoviar,

Metade da sapiência dum poeta...

Quem dera eu ser metade das

Folhas que caíram no último outono...

Não sou metade, muito menos dono!

Sou apenas as penas, não dum pássaro...

Sou as penas de quem me lê e diz:

- Que pena, ele pensa ser poeta!

Mas também tenho minha pena...

Tenho pena de quem escreve para

Quem não sabe ler!

14/11/2010

Pergentino Júnior
Enviado por Pergentino Júnior em 27/02/2011
Reeditado em 29/09/2016
Código do texto: T2817918
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