UM POEMA, TALVEZ...
Tens a carne e o verso
A alma e o sonho impresso;
A manhã e vento,
A tarde e o rio cinzento,
A noite e o último lenço.
Tens a carne que sangra ao sol,
As horas que te enforcam com um nó;
A incerteza e a terceira estrada,
A escrivaninha e a poesia roubada.
Sentes que nada pedes, além de ti próprio
E mais umas impulsivas tragadas de ópio.
(Luciene Lima Prado)