ARTE E ATOS

Eu canto as inúteis canções

Dos poetas bêbados e anônimos

Dores, amores e sinônimos

Doces e inglórias lições

Eu canto onde ninguém ouve

Nos corações das amantes sofridas

Nas verdades invertidas

Num abismo de flores

Exibo os quadros de pintores maníacos

E os mostro onde ninguém ver

Nos sonhos de anjos sem brevê

No querer marginal de um grito

Eu enceno os dramas do mundo

De autores egoístas, pervertidos

Mas só vistos aos olhos vendados, vendidos

E aos olhos vilões moribundos

Represento no palco da vida

Nos labirintos e esquinas do medo

Nos becos de noturnos segredos

Captado pela lente Sábia e bandida.