O Hobbit - Poemas - Parte 1
Segue abaixo os primeiros de uma série de poemas baseados no clássico de J.R.R. Tolkien, O Hobbit. São versos leves e simples, apenas para diversão. Pode conter spoilers pra quem estiver lendo o livro. Se já leu, vai gostar de relembrar as cenas. Se não, e se gostar dos versos, deve lê-lo sem demora. ;D
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"Para além das montanhas nebulosas, frias,
Adentrando cavernas, calabouços perdidos,
Devemos partir antes do sol surgir
Buscando tesouros a muito esquecidos."
- J.R.R. Tolkien
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I – Bilbo Bolseiro de Bolsão
Havia mais verde e menos pessoas
Naquela bela manhã de verão
Lá estava eu e meu cachimbo
Cantarolando uma canção
"Bom dia, meu senhor"
Disse ao homem passante
Ele não é muito simpático
Parece um pouco irritante
Seu nome é Gandalf
Um nome presente em minhas memórias
Nos meus dias de infância
Nos cobria de histórias
A vida depois disso
Já não era tão agitada
Mas a monotonia para um Bolseiro
É onde ele faz morada
Nunca fazemos nada inesperado
Aventura não é conosco
Você já sabe o que vamos falar
Antes mesmo de perguntar
Essa coisa de sair
Caminhando mundo afora
É coisa muito perigosa!
Faz-nos perder a hora
A hora do jantar!
Ninguém devia se atrasar
Não, daqui eu não saiu
Bolsão é meu lugar!
Pode seguir, meu caro Gandalf
Com você eu não irei
Mas se quiser tomar um chá
De bom grado o servirei
Venha amanhã por essa hora
E então poderemos conversar
Você fala das suas maluquices
Eu falo sobre cozinhar
Mas em nenhuma aventura
Você vai me mandar
O que pensa que sou?
Até mais, já vou entrar
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II – Festa Inesperada
Um belo novo dia
Em minha tranqüila toca
Mas vejam, a essa hora
Alguém já bate a porta!
Gandalf! O chá!
Como pude me esquecer
É melhor me preparar
Por a água pra ferver
"Olá meu caro, pode entrar"
Mas espere, quem é você?
“Dwalin, as suas ordens”
Escuto o anão dizer
Um anão,
Um anão na minha porta!
Que coisa mais doida
E o mago, onde é que está?
Logo mais deles
Começam a chegar
Pensam ter vido a uma reunião
Bem aqui no meu lar!
Bolos, cerveja, e chá
Eles pedem, vou buscar
Mas que gente mais folgada...
E nada de Gandalf chegar!
Mas espere, ainda há gente
Para encher a minha toca
Gadalf e o resto
De sua inteira frota
Treze anões
Treze anões em minha casa
Conversando, comendo e bebendo
Eu digo pra mim mesmo:
"Isso não está acontecendo"
•
III – O Plano
Havia um reino dourado
Que os anões construíram no passado
Sob a montanha solitária
Muito ouro conquistado
Mas um certo dragão
De um tipo bem malvado
Veio com suas chamas
Conquistar esse reinado
Morte ele trouxe
Destruição e pilhagem
Os poucos sobreviventes
Quase ficaram a mendigagem
Smaug o dragão
Ainda está dentro da montanha
Deitado na pilha de tesouros
Ele dorme e até sonha
Thorin, Escudo de Carvalho
Herdeiro do trono sob a montanha
Está agora em minha casa
Contando esse história estranha
Querem me contratar
Pensam que sou um ladrão!
E mesmo se eu fosse um
Roubaria eu, um dragão?
Isso só pode ser loucura
Nunca irão me levar
Se quiserem morrer
Podem ir, eu vou ficar
•
IV – Fora de Casa
Acordo no outro dia
O estranho povo já partiu
Me livrei de uma boa, eu penso
Mas Gandalf me viu
"Você ainda está aí?"
Ele diz espantado
Deus do céu
Estou sendo esperado!
Eles querem que eu vá
Nessa aventura sem futuro
E eu, sem tempo pra pensar
Vou correndo sem orgulho
Ah não,
No que fui me meter?
Saiu de casa sem nem um lenço
Pra me aquecer
Um pônei eles me dão
Nele devo cavalgar
Até a montanha distante
Onde o dragão está a esperar
Mas isso, fica pra depois
Pois muitas terras teremos de cruzar
O ermo é um lugar perigoso
Logo vamos comprovar
•
V – Trolls No Escuro
“Aventuras até que não são tão ruins”
Penso enquanto cavalgamos
Parece ser um longo passeio
Enquanto andamos e cantamos
Mas isso não dura muito
Logo chove pra atrapalhar
Cai a noite, vem o escuro
E não temos nenhum lugar
Vejam só, o que está lá
Uma luz na escuridão
Nos aproximamos para olhar
O autor daquele clarão
Trolls
Trolls famintos e nojentos
Grande e feiosos trolls
Assando caneiro no espeto
Eles querem nos comer
Enjoados de carneiros que estão
Treze anões e um hobbit
Parece uma bela refeição
Enquanto discutem como vão nos comer
Ficam a se desentender
Até que chega a alvorada
E começam a endurecer
Pois trolls viram pedra
Se expostos a luz do sol
E aqueles três ainda estão lá
Faça chuva ou faça sol
Seguimos nosso caminho
Com a primeira parte da aventura completada
Mas ainda há muito chão pela frente
É só o início da estrada
•
VI – Valfenda
Eu quero ver os elfos
Caminhantes desta antiga senda
Quero ouvi-los cantando
A noite no vale de Valfenda
Lá falamos com Elrond
Um antigo mestre na tradição
Meio humano - meio elfo
Com a majestade de um rei anão
Muitas coisas eles nos diz
Histórias de antigamente
Quando nós aqui
Não passávamos de sementes
Fala de antigas cidades élficas
Das batalhas contra a escuridão
Algumas das espadas delas
Jazem agora em nossas mãos
Lâminas brilhantes
Que já mataram muitos orcs
Ele nos diz que elas farão novamente
Se nós tivermos sorte
As antigas Montanhas Nebulosas
São a nossa próxima parada
Devemos partir antes do sol surgir
Sendo levados pela estrada