AMOR ETERNO
A rua onde caminha o dia
brilha o Sol em demasia
passa o tempo e a coragem
nestas folhas mortas de paisagem
E lanço aos céus os ais que me consomem,
e no fundo corpo em largo, em alto e profundo,
alongando os olhos - cristais- deste mundo,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
à corte silente do pensar
Chorando o tempo já desperdiçado a passar
À luz do Sol, na noite sossegada,
ao me perder, ponho-me a par da história
escrevendo o amor calado: retalhos da memória
Ouvir com os olhos o que já se viveu em glória
O rito mais solene da paixão
de juramentos à língua quando o sangue arde.
quando da vida - nem viver e morrer - se sabe
a intensidade de quando o sentimento invade
Amor não teme o tempo, não vaga de hora em hora,
Antes se afirma em cada instante a eternidade dum agora.
E, indo entrando, a solidão vai esquecendo pelo tempo a fora.