Caminhos
Desfaço-me das agruras que me prendiam
Destas vestes podres, sujas
Em especial desta gravata, que ainda uso, e que estrangula o meu pensar.
Desvencilho-me deste mar revolto
Um oceano de águas cinzentas
Por oras calmo,
por outras barrentas.
Bato a poeira.
Monto num jumento desencilhado, nu, despido
Um jumento de longas abas, que segue a galope, destino incerto
Por estradas de chão batido.
Caminho repleto de paralelos, de bifurcações, de transeuntes.
Persigo pegadas firmes, onde os pés, em suas marcas, ficaram impregnados
Por vezes até desaparecem, mas adiante voltam ainda com mais fervor
Sigo as entranhas da vida.
E me vou.