LUA EM BRASA


No meu olhar de neblina a distância de um querer
latejando intensidades ondulantes de um vulcão
nas horas lentas - planetas - d'outra dimensão
e o dia tece o fim lento longe de você - quem me quer
agarrada nas mãos da acesa rebeldia
pincelando em tela uma abstrata alegria

Num céu que não é sol a desabar
é fogo em brasa ao coração a queimar
um lírico sonhar...a pele, a tatuar
na lua grávida que prata se põe a transbordar

Quero encontrar a miragem dum jardim
no vento a sussurrar mais de mim
subindo alto em fumaça de espiral

Num deserto de alguém
dos instantes que não vem
de tudo que desejo e assim não tem
só te quero - na hora que eu te quis - tão bem.


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 25/02/2011
Reeditado em 25/02/2011
Código do texto: T2813431
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