BRINDE
Que tal um brinde?
Ao amigo que nunca fui,
Ao companheiro que nunca serei
Um brinde ao transgressor,
incompreendido
Do sorriso forçado
e das lágrimas banais.
Brindaremos com desconforto
E olhares indiferentes
Nas taças de desprezo
O vinho forte
Tinto como sangue
seco tal qual a resposta
dessas almas geladas.
Um brinde pra comemorar
o que jamais aconteceu
Vamos brindar a despedida
do sonho intruso,
inconveniente.
Saudaremos o fim
das palavras vãs e fúteis
diluídas na ilusão
do ser ausente que parte
Não restará sequer lembranças
Desse brinde que agora encerra
Lá se vai a esperança
cai por terra sensibilidade.