BRINDE

Que tal um brinde?

Ao amigo que nunca fui,

Ao companheiro que nunca serei

Um brinde ao transgressor,

incompreendido

Do sorriso forçado

e das lágrimas banais.

Brindaremos com desconforto

E olhares indiferentes

Nas taças de desprezo

O vinho forte

Tinto como sangue

seco tal qual a resposta

dessas almas geladas.

Um brinde pra comemorar

o que jamais aconteceu

Vamos brindar a despedida

do sonho intruso,

inconveniente.

Saudaremos o fim

das palavras vãs e fúteis

diluídas na ilusão

do ser ausente que parte

Não restará sequer lembranças

Desse brinde que agora encerra

Lá se vai a esperança

cai por terra sensibilidade.

Sergio Fajardo
Enviado por Sergio Fajardo em 25/02/2011
Código do texto: T2813384
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