Uma única pergunta
A todo momento você me faz uma única pergunta.
Para ela encontro um sem-número de respostas e vou:
Desfazendo, elaborando,
espremendo, revirando,
remoendo, esperniando,
sofrendo, lutando,
sobrevivendo, encarando,
desfalecendo, interpretando...
Enfim descubro:
Não existe mais a pergunta.
Transformei-me na pergunta.
Incorporei.
Fiz dela meu corpo
E com meu corpo te respondi.
Não foi possível encontrar palavras...
Elas me faltam.
Mas nem assim deixo de dizê-las.
Meu corpo fala com o teu,
Na linguagem do silêncio.