Esperança de pobre

Esperança de pobre

Já era quase final do mês,

Meu salário estava atrasado,

A mulher na gravidez,

E seis barrigudinhos gripado,

Tentava sempre fazer um bico,

Pra arrumar um dinheirinho,

Magro feito um tico-tico,

Um pássaro fora do ninho,

A geladeira vazia,

E nada para comer,

Entra noite e vira dia,

Só Jesus pra socorrer,

O desespero foi batendo,

Tinha que encontrar uma saída,

Sem coragem e enfraquecendo,

Pois, não conseguia comida,

As contas chegam na data,

Talão de água e de luz,

E sem pagar as duplicatas,

A auto-estima reduz,

As vestes bem amarela,

Foi descorada pelo sol,

Eram simplesmente aquelas,

Como se fosse o meu lençol,

A esperança do pobre é ficar rico,

Tem sonho que nunca cessa,

Acredita até em fuxico,

E político que faz promessa,

Assim vivendo na boa fé,

Pensando em mudar de vida,

Até a fumaça da chaminé,

Já saía descolorida,

Um dia de madrugada,

Gabriela passou mal,

Nasceu uma menina sarada,

Antes de chegar ao hospital,

Ana Júlia foi registrada,

Formando o time dos sete,

E numa noite enluarada,

Fabriquei Elizabete,

Resolvi no dia seguinte,

Pegar a vara e ir pescar,

Já passava das oito e vinte,

O que me custava tentar,

Fui feliz, enchi a mesa,

Fiz até feira e vendi,

Mas não me entreguei à fraqueza,

Sou vencedor e venci.

Francisco de Assis Silva é bombeiro militar em Rondonópolis-MT.

Email: assislike@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 24/02/2011
Código do texto: T2813280
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