CONSELHOS DO VELHO PAI
Fui chegando de mansinho, vendo ,
a velha ponte quebrada, uma carreta arriada,
com a vegetação cobrindo o varal .
O antigo caminho de chão batido ,
já todo esburacado pela erossão das chuvas .
Galhos de árvores quebrados pelos ventos ,
na terra atirados ao léu .
O portão já todo caido , não fechando mais nada .
Fui caminhando e uma solidão amarga ,
ia invadindo meu peito ,
quase numa vontade de chorar .
Subi no avarandado da casa ,
que numa posição heróica se mantem .
Caminhei pelas táboas rangendo ,
num assoalho carcomido pelo tempo .
Olhei a velha banqueta, onde sentava meu pai ,
e eu a seus pés os ensinamentos escutava .
Lembro como se fôsse agora, ele dissia :
Meu filho, respeito a gente não compra ,
A GENTE CONQUISTA , e nem tão pouco se dá .
A rincão tão bonito, que daquele tempo tenho saudades .
Nesta hora me vejo de pés descalço ,
por este chão onde andava correndo .
Escutava os passaros cantanto ,
numa sinfonia angelical .
Nadando lá no arroio com a turma ,
numa algazarra total sem ver o tempo passar .
Agora passado os anos, ninguem mais aqui esta .
Só resta esta esta velha casa ,
como um monumento a nos mostrar ,
Que não há futuro sem um passado .
Seje Feio ou bonito, que sempre nos serve ,
para nosso caracter moldar .
Agora para achar solução de um problema ,
venho aqui me aconselhar .
Para na calmaria deste recanto ,
ouvir os conselhos sábios ,
a me soprar ao ouvido ,
sentado na velha banqueta ,
a voz do meu querido pai .