NO OUTONO DA VIDA...
Subi os penhascos do tempo
Afoita por viver!...
Mesmo sendo íngreme a subida
Não percebi...
Foi fácil a escalada
Levada pelos sonhos...
Erguida pelo poder da juventude
Tudo estava ali
Era só querer conquistar...
Portas abrir
Espaços ocupar...
Hoje!...
Na volta que a vida dá
Começo uma segunda etapa...
Já meio sem forças
Vejo o outro lado desta subida
Mais parecendo uma descida!...
Lutei!...
Lutei!...
Lutei tanto...
Quanta desilusão!...
Tantos desencantos
Um mundo de egoísmo a sugar minhas energias...
Energias que hoje me faltam!...
Mesmo entendendo ser necessário
Vejo quão difícil é esta segunda etapa!...
De tudo há sempre um lado bom!...
Aprendi que são muitas as batalhas
E nem todas serão conquistadas
Que outras, mesmo ganhas,
Deixam profundas marcas!...
Dolorida é a experiência
O aprender com a vivência...
Não sei se quero continuar!...
Queria poder estirar meu corpo cansado
Minha alma está quebrada...
Vou por ir!...
Vou tentando!...
Tateando...
Assustada com o tempo que se esvai
E tanto ainda por viver
Quero sentar o pé,
Mas este coração rebelde
Querendo mais e mais
Bate mais forte!...
Atropela, desespera...
Fazendo-me sofrer!...
Tornou-se difícil o abrir de portas...
Há momentos que não suporto o peso
Quero gritar:
PARE O MUNDO DE GIRAR!!!!...
Quero tempo...
Maldito coração que não acalma!...
Para si não há par...
Loucos sentimentos
Louca paixão, tanto por querer viver!...
Cobra...
Maltrata...
A descida torna-se mais assustadora
Deveria aquietar, aceitar, mas não consigo
O coração,
Inconformado com este caminho obrigatório
Não se entrega
Quer lutar!...
Quer parar...
(Sentimentos contraditórios que enlouquecem!...)
Acreditar que ainda é possível...
E mesmo sabendo que o tempo será pouco
Busca a felicidade plena
E do pouco ainda,
Tecer um caminho infinito,
Encontrar o prazer de viver...
Santo André
SP-BR
11.05.2005