a gata
Eu a conheci
Ainda menina
Adorava uma briga
Com os meninos de rua
Sempre vestia um velho jeans
Uma camiseta bastante gasta
A impressão que dava, era.
Que nunca trocava de roupa
E que aquelas eram as únicas
Seu rosto sardento, não escondia.
A rara beleza de suas feições
Seu olhar selvagem era como fogo.
E me fazia pensar. Quem será?
Que um dia, há de aparar.
As unhas dessa gata.
Mas, um dia ela se foi.
Para onde, ninguém jamais soube.
Mais um dia, ouvi alguém dizer.
Ela voltou, eu já á esperava.
Não sei porque, mas, sabia.
Foi quando ouvi seus gritos, e mais.
Som de tapas e palavrões
Eu corri para vê-la, lá estava ela.
Tranças, não usava mais.
As sardas haviam sumido
Dando liberdade a sua beleza,
Rara e selvagem.
Mas, ás unhas ainda eram as mesmas.
E, eu voltei a pensar. Quem será?
Que um dia, há de aparar.
As unhas dessa gata.
Volnei R.Braga