AO SABOR DO VENTO
Você vai ouvir meu canto
Não precisa de pranto
Recomece a andar
Perto vais me encontrar
Sou um qualquer
Que muito te quer
Dentro do coração
Mas sem bajulação
Chega de tormento
Vou seguir meu pensamento
Não quero sorrir forçado
Tão pouco olhar disfarçado
Cortei o choro
Bato palmas e faço coro
Hosanas à felicidade!
Aleluia à liberdade!
Pintei minha alma
Quero cultuar a calma
O silêncio mandei embora
A tristeza pus porta à fora
Carrego a alegria de viver
Distribuo prazer
Tentei me fazer artista
Só consegui ser otimista
Meu guia é a alvorada
Nem preciso de estrada
Ando sem caminho
Também não tenho ninho
Não levo lágrimas
Nem guardo mágoas
Sigo sem arrependimento
Ao sabor do vento
março/1984