CONTRUÇÕES, QUE INCONCLUSAS, DESMORONAM.
Meus castelos com suntuosas pontes, * Elenite araujo.
De sonhos e múltiplos horizontes,
Meus castelos de pedras sobrepostas,
De cartas,de esperança;castelo
De areia,perecível e sujeito a águas e ventos.
Minhas construções da vida,hesitantes
Inconclusas,desmoronando à falta de manutenção
De amor;carentes de liga,de fibra,caindo...
Desmoronando com rajadas de vento,
Desistindo de permanecer,perecendo...
Juntei pedras,arrumei as cartas,
Consertei pontes,mirei novos horizontes
Deixei para trás os montes,os ontens,reneguei os totens.
Deixei tudo para trás!As areias,as pontes,
Segui o vento que me impelia,como se nuvem eu fosse.
Minhas construções inconclusas,
Trazem-me tanta dor e dissabor ao viver!
Eu junto as pedras que caem,varro a areia
Mas o vento é peralta e sopra,fazendo-a correr
Como sangue nas veias,se esvai cada grão.
E eu em desabrigo,sem castelo e sem guarida,
Sentindo o frio,sem ponte sobre o rio da vida.
Desvalida de amor,sozinha e perdida sem achar o caminho.
Em fria solidão,sem mão que à minha guie,
Prossigo em caminho brumoso em busca do caminho...