CAIS D'UM PORTO



Tudo se mantém em espera tão brutal
Na dor profunda de não ter dor enfim
Pensamentos de um vendaval
Do que lateja, de tão intenso - não consiste fim!
Todo mal que me abriga e que me fiz...

O relógio revivendo instantes de solidão
Transformando-me na lágrima do nunca mais
Nestes ares que de tristeza pesam os "ais"
Que me carregam em outra direção

No silêncio opaco do movimento solto
Nos barcos de papel que não abarcam no porto
Naufragando suspensos  e ritmados sentimentos
Agarro o vento em suas velas - um consentimento
pra aliviar o cais do meu coração, qualquer desconforto.


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 22/02/2011
Código do texto: T2808834
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