HORIZONTE ÍNTIMO


O horizonte se estende sobre a linha tênue do abstrato
percorre distâncias num segundo aproximado
desvelando nuvens açucaradas em mar ondulado
revitalizando o sonho, por instantes abandonado

Que águas banham o pensamento?

Na transparência que envolve sapiência
como se escudo fosse a toda maledicência
que de afagos supri a cruel carência
Num vai e vem - não imponho resistência

A que tato me rasga o vento?

Que molhado rouba o silêncio adormecido
nos ares que inspiram o absinto
Devoro e já me fui devorada
de imensos desejos fui delineada

O corpo nú se exalta ao toque silente
transborda essência em mel - água ardente!
em meu seio transpira - um ardor - nada prudente
Devorar-te vou em gostos e palmos indecentes
e submissa ao amor - serei-te eternamente.


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 22/02/2011
Código do texto: T2808314
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.