HORIZONTE ÍNTIMO
O horizonte se estende sobre a linha tênue do abstrato
percorre distâncias num segundo aproximado
desvelando nuvens açucaradas em mar ondulado
revitalizando o sonho, por instantes abandonado
Que águas banham o pensamento?
Na transparência que envolve sapiência
como se escudo fosse a toda maledicência
que de afagos supri a cruel carência
Num vai e vem - não imponho resistência
A que tato me rasga o vento?
Que molhado rouba o silêncio adormecido
nos ares que inspiram o absinto
Devoro e já me fui devorada
de imensos desejos fui delineada
O corpo nú se exalta ao toque silente
transborda essência em mel - água ardente!
em meu seio transpira - um ardor - nada prudente
Devorar-te vou em gostos e palmos indecentes
e submissa ao amor - serei-te eternamente.