EU QUERIA APENAS LHE CHAMAR DE PAI

Há um profundo vazio no coração

Que nada preenche este espaço

Quem é meu pai e se tenho irmão

Sou tão triste carente de um abraço

Sou fruto do descuido, nem fui desejado

No ventre da minha mãe concebido

Do encontro casual fui gerado

Quem sabe em um caso proibido

Mesmo sem o conhecer sinto saudade

Imagino como é, e se pareço contigo

Ah como gostaria da profunda amizade

Dar-lhe um beijo e chamá-lo de amigo

Sou retrato de muitos filhos sem carinho

Que vivem ansiosos ao segredo eterno

Buscam achar seus pais pelo caminho

Falta-lhe a presença e o abraço paterno

Sou seu mero prazer de um momento

Não quero ser a culpa da eternidade

Minha presença seria o fim do seu casamento

Ou tiraria a sua plena liberdade

Pai é chamá-lo assim o que mais quero

Sangue do seu próprio sangue eu sou

Todo dia ao seu encontro espero

Com ansiedade assim estou

Meu amiguinho da escola sempre vai

A companhia de um homem o levar

Ele o chama tão feliz de pai

E eu assim não posso lhe chamar

Sou um órfão de papai ausente

Do seu colo ainda tenho esperança

De amor estou sempre carente

Onde estiver, lembre da sua criança

verginia
Enviado por verginia em 22/02/2011
Código do texto: T2807751