ROMEU E JULIETA (livre adaptação)
Assim de improviso fiz esta poesia...
Assim sem amarras, vendo os sabiás cantarem no quintal
Vi o orvalho da noite suspirando nas flores que vergam-se
Diante do peso de longevos seres habitacionais...
Assim de improviso, acordo na manhã passageira dos ancestrais
Como quem mata a sede nas matas dos colossais coqueirais...
Assim de improviso, provo do riso, de teus abraços incisivos
Que me condenam à entrega de teus olhos que distingo
A me transpassar com flexas de um cupido com cheiro de trigo
Recem-saido de uma mesa de pães coloridos que me colorem o dia...
Assim de improviso sinto tuas mãos macias que são os melhores cremes Que encontrei pras minhas cicatrizes.
Assim de improviso queria que deixasses em mim teu aroma, tua redoma
Tua mistura, teus segredos, tuas mãos, teus dedos, tuas digitais só assim....
De improviso terminaria meu dia de volta ao teu
E assim de improviso serias minha Julieta e eu o teu Romeu...
E sem veneno...Nos mataríamos de sede a noite toda....e quando acordássemos....novamente!
Assim de improviso....beberíamos água ao invés de veneno!
Veneno que só nós dois temos resistencia pra morrer...