DUNAS
Para que saber de algo findo
Por que remexer os orifícios da dor
E escutar outras vezes todas as palavras
E reviver o cadáver da ilusão
Para que o minuto de assombro
Para que este monte de escombros
Mesmo que uma flor resista
E pense ser vista
Para que esses suspiros
E por que acomodar fantasmas
Aspirar miasmas
Para que mesmo aprisionar versos
Cortejar o poema
E se entrincheirar por detrás de dunas
Ao sabor dos ventos