DUNAS

Para que saber de algo findo

Por que remexer os orifícios da dor

E escutar outras vezes todas as palavras

E reviver o cadáver da ilusão

Para que o minuto de assombro

Para que este monte de escombros

Mesmo que uma flor resista

E pense ser vista

Para que esses suspiros

E por que acomodar fantasmas

Aspirar miasmas

Para que mesmo aprisionar versos

Cortejar o poema

E se entrincheirar por detrás de dunas

Ao sabor dos ventos

taniameneses
Enviado por taniameneses em 22/02/2011
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