ANTA BATIZADA

ANTA BATIZADA

Terra em fogo dos meus ancestrais,

Torrão nativo da anta brava,

De um simples susto precipita-se na água,

Levantando ondas de alturas tais,

Maiores, muito maior que minhas mágoas,

Agitada estava...

Em disparada salta a barranca,

Da outra margem,

Num tropel medonho avança contra o mato,

Desaparecendo rápida,

Deixando além do rastro

A dança frenética da folhagem.

Mal deu para perceber a cor

Do seu lombo cinza lilás.

Só via o vazio no corredor,

Aquele borrão na paisagem

Correndo a frente,

o meu olhar surpreso correndo atrás.

Anta besta arisca e assustada.

Agora percebo a alcunha que lhe dão os mais velhos,

Justificando os seus movimentos intrépidos:

-Anta batizada...

GOIÂNIA 22 DE FEVEREIRO DE 2011.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 21/02/2011
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