GENTE MESQUINHA
Mundo estranho este nosso
Tomo conta da vida alheia
Porque da minha não posso
Tem gente que tudo semeia:
ódio, discórdia, intriga
Tudo a bel prazer da maldade
Ignorando talvez a própria felicidade
Fustigando talvez sua própria fadiga
Essa gente não sabe a que veio
Vive no mundo à revelia
E nem sequer avalia
Que sua alma tem receio
Desse disseminar agonia
Transformando o seu meio
Em pura antagonia
Vês bem, se te chamarem louca
Sorri, vai embora
Não gritas nem choras
Cala a tua própria boca
Para que nessa hora rota
O teu algoz morda a própria língua
E quem sabe o ácido veneno
O deixe morrer à míngua
Assim como padeceu Caifaz
Que tanto mal a si mesmo fez
Que quando fechou a boca de vez
Deixou a humanidade em paz.