GENTE MESQUINHA

Mundo estranho este nosso

Tomo conta da vida alheia

Porque da minha não posso

Tem gente que tudo semeia:

ódio, discórdia, intriga

Tudo a bel prazer da maldade

Ignorando talvez a própria felicidade

Fustigando talvez sua própria fadiga

Essa gente não sabe a que veio

Vive no mundo à revelia

E nem sequer avalia

Que sua alma tem receio

Desse disseminar agonia

Transformando o seu meio

Em pura antagonia

Vês bem, se te chamarem louca

Sorri, vai embora

Não gritas nem choras

Cala a tua própria boca

Para que nessa hora rota

O teu algoz morda a própria língua

E quem sabe o ácido veneno

O deixe morrer à míngua

Assim como padeceu Caifaz

Que tanto mal a si mesmo fez

Que quando fechou a boca de vez

Deixou a humanidade em paz.

SBR
Enviado por SBR em 21/02/2011
Código do texto: T2806481
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