Baralho de sentimentos

Baralho de sentimentos

Introspecto...choro e me humilho, me calo...

Existe perdão para minha causa-morte?

Das profundezas da terra um abalo,

Explosão... A ferida sangra pelo profundo corte,

Os estilhaços se espalharam nos atingindo

Lembro-me como se fosse agora:

O som da chuva nos afligindo

Relâmpagos castigavam o solo lá fora,

Enquanto o carro esperava para te conduzir.

Medo, dor, angustia e aflição... Baralho de sentimentos...

Descartei amor, paz e paixão... Vi você partir!

Ainda sinto do meu coração os batimentos.

Bons ventos trazendo fluídos de energia

Brilham os olhos sempre atentos

Lágrimas gélidas de nostalgia.

Foi-se o desgosto, não há mais lamentos

Enfim, de tudo o que há no universo

Não se compara ao primor desse brilho.

Orgulhoso sentia o pecado transverso

Disperso, perdido no ego, sem trilho.

E se hoje vivo é pelo novo dia.

Baralho de sentimentos... Penso deitado na cama

Em vista do que era, segue o jogo em harmonia

Com Coringas, As, Reis, Valete e Dama.

Uma única Dama, como sempre minha alegria,

Há de ser minha causa morte?

Entre copas e espadas,

Cercado por ouro valioso

Eu me pego acordando do sonho

Sou teimoso, espírito sisudo de idoso,

Caráter reto, de rigor, castigo medonho,

Me auto-espanco, de paus são as cartas

Sei das marcas, cada uma, desse baralho sentimental

De segurá-las minhas mãos estão fartas

Quero só a Dama de Copas, o meu bem e meu mal.

James Vieira Jr.(R.L.R.)

LEAFAR
Enviado por LEAFAR em 21/02/2011
Código do texto: T2805356
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