Baralho de sentimentos
Baralho de sentimentos
Introspecto...choro e me humilho, me calo...
Existe perdão para minha causa-morte?
Das profundezas da terra um abalo,
Explosão... A ferida sangra pelo profundo corte,
Os estilhaços se espalharam nos atingindo
Lembro-me como se fosse agora:
O som da chuva nos afligindo
Relâmpagos castigavam o solo lá fora,
Enquanto o carro esperava para te conduzir.
Medo, dor, angustia e aflição... Baralho de sentimentos...
Descartei amor, paz e paixão... Vi você partir!
Ainda sinto do meu coração os batimentos.
Bons ventos trazendo fluídos de energia
Brilham os olhos sempre atentos
Lágrimas gélidas de nostalgia.
Foi-se o desgosto, não há mais lamentos
Enfim, de tudo o que há no universo
Não se compara ao primor desse brilho.
Orgulhoso sentia o pecado transverso
Disperso, perdido no ego, sem trilho.
E se hoje vivo é pelo novo dia.
Baralho de sentimentos... Penso deitado na cama
Em vista do que era, segue o jogo em harmonia
Com Coringas, As, Reis, Valete e Dama.
Uma única Dama, como sempre minha alegria,
Há de ser minha causa morte?
Entre copas e espadas,
Cercado por ouro valioso
Eu me pego acordando do sonho
Sou teimoso, espírito sisudo de idoso,
Caráter reto, de rigor, castigo medonho,
Me auto-espanco, de paus são as cartas
Sei das marcas, cada uma, desse baralho sentimental
De segurá-las minhas mãos estão fartas
Quero só a Dama de Copas, o meu bem e meu mal.
James Vieira Jr.(R.L.R.)