Abstrato Amor

Gentes

Que por mim passaram

Insignificantes

Ou na forma de idolatria.

Compartilhando até o improvável

Nos desvios de minha história.

Neste divisor de águas enganosas

Forma inesperada dos desencontros.

Fora da medida programada

Entrego a métrica apenas o pranto.

No espelho desses impasses

Assombro do reflexo de ninguém

No descrédito de mim mesma.

Na veracidade desta suposição

Sinto assim escrevendo

Meu próprio desacato.

Sonhos inquietos

Nas redomas desses compartimentos.

O refutar desse silêncio

Que não sabe quem é o eleito

Quem carrega maior dor nesse peito.

Ou consegue viver com a verdade

Fazendo dela seu rejeito.

Os extremos me acompanham

Não tenho o subsídio do equilíbrio.

No abstrato amo

E por ele sou abstraída.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 21/02/2011
Código do texto: T2805101
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