Abstrato Amor
Gentes
Que por mim passaram
Insignificantes
Ou na forma de idolatria.
Compartilhando até o improvável
Nos desvios de minha história.
Neste divisor de águas enganosas
Forma inesperada dos desencontros.
Fora da medida programada
Entrego a métrica apenas o pranto.
No espelho desses impasses
Assombro do reflexo de ninguém
No descrédito de mim mesma.
Na veracidade desta suposição
Sinto assim escrevendo
Meu próprio desacato.
Sonhos inquietos
Nas redomas desses compartimentos.
O refutar desse silêncio
Que não sabe quem é o eleito
Quem carrega maior dor nesse peito.
Ou consegue viver com a verdade
Fazendo dela seu rejeito.
Os extremos me acompanham
Não tenho o subsídio do equilíbrio.
No abstrato amo
E por ele sou abstraída.