Mateus, ontem

Antes eu era um espongiário,

uma estampa policrômica

num cetim de sêda contrabandeada.

Hoje aprendi a ser dissimulação

e traição de bom gosto.

Aprendi a sobreviver aos péssimos poemas e aos analgésicos.

Sei tranformar dandis fake

em deuses com paletó de couro.

É assim que nascem as lendas:

pretensão maquiada com inspiração blasê e um boa dose

de wisky barato.