FEIJÃO CAIDO - A HISTORIA DE UM ANJO - PARTE 2

FEIJÃO CAIDO - A HISTORIA DE UM ANJO

PARTE 2

E o meu espaço transformou em gaiola

Para outra eu tinha que ir para a escola

Deixei de voar pela minha ingenuidade

Feijão caído eu rompi a casca pela idade

A infelicidade cravou suas raízes novamente

Matei meu Deus, pois acabei fiquei descrente

As asas que eram tão lindas ficaram transfiguradas

No espelho vejo um gárgula de cores desbotadas

Quebrou-se a aureola que eu nunca tive

Meus cabelos viraram chifre num aclive

Já que não posso ter a paz em minha vivenda

Vou destruí-la e o que restar por em venda

Quando a luz do sol me virar em mármore

Serei estatua dormindo embaixo da arvore

Quando o luar acordar o antigo anjo belo agora feio

Voarei contente, pois já bate meu coração sem rodeio.

Mesmo tendo perdido o meu nome

Mesmo eu estando passando fome

Mesmo visto como gárgula sem coração

Terei tirado o ódio que sinto no coração

Escondido do mundo eu vou voar os céus

Tendo no peito amor e não usando chapéus

Verei o tanto que fui feijão caído da panela

Perceberei o meu porque e orarei na capela.

De feijão caído virarei alimento de outro alguém

E seremos um do outro e não seremos de ninguém

Ambos teremos asas para o nos enaltecer

E teremos aureolas que brilham no anoitecer

Seremos anjos belos em nossa nudez

Lutaremos contra a maldade com rigidez

Cuidaremos do planeta com polidez

E o amor nascera para todos quem sabe. Talvez.

André Zanarella 14-02-2011