Cadê Eu?
 
Há dias o cansaço
É extensão deste corpo.
 
Encostado no muro
Fico a reparar na sombra refletida:
Pareço-me inútil
Vivendo ilusões.
 
Essa realidade é fogo
Queimando em brasa meus pensamentos.
 
Perco a noção (se é que tinha)
Provo do suor escorrendo no rosto
Recordo a infância, o mar...
Cadê o mar?
 
Fito novamente a sombra...
Cadê sombra, cadê muro?
 
Descodifico realidade e ilusão
E o que restou foi dor, simplesmente.
Dor que agora me cospe a cara.
Sou terra inabitável...
 
Suspiro como que por obrigação
E procuro-me, mas cadê eu?
 
Flávio Omena
Enviado por Flávio Omena em 20/02/2011
Reeditado em 20/02/2011
Código do texto: T2803879
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