O trem
Nos vagos vagões deste trem,
Estou só, não há mais ninguém.
Então, faço dos meus versos,
Uma personagem companheira.
Pela janela, o tempo passa,
E lembranças ficam em cada estação.
Se estão, eu não sei, marcadas,
Na longa viagem deste trem.
Viajo livre neste balanço,
Nos braços do vento,
Nas miragens do tempo.
A um destino, qual não sei.
E o trem, sobre os trilhos,
Leva a mim e a companheira,
Personagem de meus versos,
A universos que nem sei.
Passageiro e poeta,
Só descrevo o que sinto,
Nesse trem, onde o tempo,
Consome os sonhos que sonhei.