Essa poesia me consome
(E isso não tem nome...)
Deitar a palavra na letra fria
É dilacerar algo dentro de mim
Toda coisa, qualquer coisa
Rasgar com as unhas
Um véu espesso de silêncio
Queimar os olhos
Do que de ver não me encanta
E cantar a surdez e a cegueira
(A mudez se impõe por si só...)
Um passo petrificado
Diante do que me desencanta
Essa poesia me destrói
(Isso tampouco tem nome...)
No que a palavra ainda não construiu
E que ruiu em silêncios
No limiar de um último verso
A palavra deitada letra fria
É tudo o que dói
E essa dor também me desencanta
Um verso a mais é o que corrói
A vontade de a poesia ser tanta
Levanta e anda! Vai...
Mesmo sem crer no milagre
Abre os olhos e vê
O milagre não acontecer
Na poesia que não canta
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 19/02/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2802767
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.