OUÇO-TE A SOLIDÃO
Flores perdidas na vasta indiferença do oceano
Esse amontoado de versos na flora sombria da tempestade
boiando nas solidões marinhas, a lágrima da saudade ...
Do seio me goteja o pranto, eu sou a rosa para o chão pendida
Nos meus beijos de fogo há tanta vida:na sombra da palmeira erguida.
Minh'alma é borboleta — Das crisálidas de nós, asas lúcidas, douradas...Naquelas noites lânguidas e sentidas:
Quando a sede e o desejo em mim palpita...
O vinho do viver ante mim passa...e se revira
Gemendo voa liberto no ar qualquer cantiga
Fala-me o teu silêncio — ouço-te a solidão!...
Pois são larvas de amor que trago dentro o coração.