NUANÇAS DE PAIXÃO



Longe, ainda mais longe...
embebiam-se na distância
numa espécie de naufrágio celeste
aquele esvaecimento indefinido
o viço de todas as ilusões

A esperança de repouso em outras mãos
—a solidão que subia do oceano,
recordei-me de nós, os sorrisos...

E por vós vivi, escrevi, senti, gemi e cantei. . .
Um punhado de versos...
tantos fonemas de espumas flutuantes
este sopro aveludado do alto do coração

Rutilantes de arco-íris,
refletiam o prisma fantástico
da ventura ou do entusiasmo
Do amor somos meteoros largados
Sobre a noite de eternas emoções.

Sonho-te às vezes ... tão Romeu...
em minhas delícias guardadas - tão meu!
E eu - Rosa - em vestes seminua...
Roubo-te um casto beijo à luz da lua...

E o sangue ardente em minhas veias rola
quando me tateias infindas carícias a cada aurora...



                                                              

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 19/02/2011
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