Arco-iris

Nos cubículos andavam tristonhos.

Cada um no seu canto a procurar as razões.

E não as encontrando

insistiam nas mazelas.

E não as sustentando

resistiam no orgulho.

Um dia cansados de olhar o vazio

entre a água e a cevada,

de fome e de sede morrendo

finalmente libertaram-se

do mal de que padece

qualquer tolo num impasse.

Ousaram então se entreolhar.

E os seus olhares nos olhares de outrora,

se, todavia, estranhos

faziam agora

uma ponte para um novo horizonte.

Um arco-íris na outra ponta do tempo

terminava com os dias.

De tal modo que nada acontecia

como tudo o que fora ruim nunca aconteceu.

Tudo estava onde tudo sempre esteve

Nos lábios...Nos braços... Nos olhos...

Rossan
Enviado por Rossan em 18/02/2011
Reeditado em 12/03/2011
Código do texto: T2800835