Arco-iris
Nos cubículos andavam tristonhos.
Cada um no seu canto a procurar as razões.
E não as encontrando
insistiam nas mazelas.
E não as sustentando
resistiam no orgulho.
Um dia cansados de olhar o vazio
entre a água e a cevada,
de fome e de sede morrendo
finalmente libertaram-se
do mal de que padece
qualquer tolo num impasse.
Ousaram então se entreolhar.
E os seus olhares nos olhares de outrora,
se, todavia, estranhos
faziam agora
uma ponte para um novo horizonte.
Um arco-íris na outra ponta do tempo
terminava com os dias.
De tal modo que nada acontecia
como tudo o que fora ruim nunca aconteceu.
Tudo estava onde tudo sempre esteve
Nos lábios...Nos braços... Nos olhos...