Pós-modernidade
Das quadrilhas que dançávamos
Os vestidos já não temos mais.
Dos vinhos degustados
perdeu-se o paladar
E agora dormimos ao acordar.
Das chuvas que festejávamos
sobraram inundações
Das palavras tão pensadas
calou-se a Voz
E da dor compartilhada
restaram as curas da farmácia.
Dos relógios infinitos
perdemos a hora do reencontro.
Das borboletas, das matas e dos girassois
esvaiu-se o encanto.
Mergulhamos na louca busca
(sem saber do quê)
E perdemos aquilo chamado Amor.
Perdemos o outro
e perdemos a nós mesmos.
Para os gritos sussurrados
Não sobreviveram ouvidos
E já não há quem nos salve de nós.
Ouça o retumbar dos tambores:
Há uma Nova Era (à venda) na esquina!
18/02/2011