REGANDO FLORES
O vento continuava sem cansaço
em abundância geométrica do espaço.
Meu ser estacionava, olhando os astros miúdos
Seus corpos brutos, que dores não recebem
Do liquido das palavras, o óleo não bebem
E eu falarei somente uma linguagem rouca,
Um português cansado e incompreensível
E com a respiração já muito fraca
Sentir como que a ponta de uma faca,
Cortando as raízes do último vocábulo!
Que à noite, em sonhos mórbidos, acorda,
E agora, quando eu for misturar-me com as violetas,
Minha lira, reviverá a emoção da pedra,
Na acústica de um céu de quietudes doces,
do amor que tenho regarei as flores.