Poesia concreta
Do jeito que o cão mastiga o bofe
de um jejum de fome,
alguém mastiga e engole
a estrofe
do poema
sem rima,
sem nada,
sem pena;
contudo
consome
poesia
chamada
concreta,
como salada, ovos , arroz e bife
que a menina cega,
sem nome,
com fome,
vê na vitrina,
mas não pega;
sonha que come
só porque rima.
Rima?