Diálogos comigo e com o amigo (parte VI)

Sinos de prata,

albergues de lata,

os braços sozinhos,

a medida exata,

meu céu é muito alto,

minhas naves estão sem combustível.

Busquem meu amigo,

procurem-no pela cidade toda,

ele precisa estar comigo um instante,

ainda hoje preciso de um abraço;

digam a ele que eu o amo,

que a minha vida é mais importante

porque...

não é necessário dizer.

O céu, lá fora, é todo como aqui dentro;

não há teto,

as estrelas caem sobre mim,

mas não me queimam.

Eu devia estar com muita febre

quando contei aquele segredo,

aquela mentira, ou aquele acaso...

meus passos são muitos,

caminho o dia inteiro e fico cansada,

no final do dia encontro esses olhos,

e esses olhos castanhos fecham-se pra mim,

aqui mesmo eu estou segura,

tenho um abraço sincero,

acho que posso dormir um pouquinho...