Tato corpo
O que meu corpo quer te dizer;
É que ele te rejeita.
Te engole, te repele
E te faz agoniar.
O que meus lábios dizem ao te tocar;
É que nem sempre te desejam,
Apenas escorrem pelos seus peitos,
Pelo anseio de se apoderar.
Minha pele nem sempre se arrepia,
Quando me tocas,
Quando me 'acordas'
Ou pelo menos tentas me ‘acordar’.
Minhas angústias nem sempre são dignas,
Minhas lágrimas nem sempre são ‘minhas’
Você se condena, me condena
E acabo sofrendo em seu lugar.
Tudo pra te ver ferir
Tudo pra te ver chorar
Tanto pra te ver sorrir
Tanto pra te (ver) agoniar
Meus ouvidos ouvem sussurros
Meus lábios produzem ‘urros’
Que se automatizam, individualizam
E da sua quimera, realidade a par!
Mesmo sem te querer,
Mesmo sem me controlar,
Me vejo em seus braços,
Me vejo a te abraçar!