Dobradas!

Olhar na dobra de papel, abre portal,

So far way, violão dedilhado, o mar,

O toque que vai tocar mais fundo,

Entre as dobras, tantas esperas,

Ler nas entrelinhas o que falta então,

A Lua que mira a noite pelas dobras,

Dessa neblina que se adensa, fria,

Parcas notícias de aproximação, vazios,

O tempo que nos tornam vagarosos,

Impõe espaços onde não existiam,

Trocam-se dobras, algumas revestidas,

Outras destruídas pela intensa degradação,

Queima-se mais adiante outros tantos fios,

Mais papel ondulado, nada fica simples,

Rodeios desnecessários que aviltam a tez,

Ladeira de passagem, esvai-se feito fumaça,

Pouca asa em plano de vôo quase cego,

Novas esperas numa noite a se perder,

Desconta a conta na vantagem que se tinha,

Dobrou a esquina, nem a multidão viu!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 02/11/2006
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