Dobradas!
Olhar na dobra de papel, abre portal,
So far way, violão dedilhado, o mar,
O toque que vai tocar mais fundo,
Entre as dobras, tantas esperas,
Ler nas entrelinhas o que falta então,
A Lua que mira a noite pelas dobras,
Dessa neblina que se adensa, fria,
Parcas notícias de aproximação, vazios,
O tempo que nos tornam vagarosos,
Impõe espaços onde não existiam,
Trocam-se dobras, algumas revestidas,
Outras destruídas pela intensa degradação,
Queima-se mais adiante outros tantos fios,
Mais papel ondulado, nada fica simples,
Rodeios desnecessários que aviltam a tez,
Ladeira de passagem, esvai-se feito fumaça,
Pouca asa em plano de vôo quase cego,
Novas esperas numa noite a se perder,
Desconta a conta na vantagem que se tinha,
Dobrou a esquina, nem a multidão viu!
Peixão89