Diálogos comigo e com o amigo (parte III)
Os cavalos estão tão perto,
as pessoas estão tão longe,
não sei como chegar a elas,
estou cansada de caminhar.
Às vezes o silêncio faz melhor
por nossas dores,
falar muito não é mesmo virtude,
naquela tarde seria melhor
ter ficado sozinha,
ter caminhado sozinha pela cidade...
ainda bem que você me ama,
não preciso ter vergonha nem medo,
dos meus segredos não tirará proveito;
sei que a sombra nem sempre é treva,
na penumbra dizem-se poesias,
as mais lindas e em segredo,
não há segredo...
ainda bem que era você que estava aqui.
A tarde é quieta,
a ventania é silenciosa;
será que meu amigo está bem?
Meus sentimentos são, às vezes, confusos,
isso confunde meu pensamento;
as portas batem na nossa cara, amigo,
é difícil construir um destino
quando se têm incertos os dias;
estamos lutando sem saber;
espero notícias suas... seja feliz, por favor.