VÉRTICE
Dentro das hastes das rosas
Pulsa o sangue da primavera
Os espinhos ferem o ar rarefeito
Das tuas
E das minhas quimeras
Jamais digas que não queres
Pois o destino é mar
A vontade também se sente aprisionada
Na ilusão da liberdade
Prende-se o corpo à mente
E morrem os dois de amor ao pó
Dentro das hastes das saudades
Mora o pranto do desconhecido
Das supostas e imaginadas cidades
Prometidas pelos profetas
Onde não há o vermelho
Denunciando a verdade
Dentro de nós paira o vértice do ângulo
Que do nada nos leva ao ápice
Dentro dos versos palpita
A alma indômita dos poetas