MUDO SUSTO DO GRITO
Sinto o vento imóvel que clama
no mudo susto do grito, ainda suspenso
do nome que será minha prisão pensada.
A menos que esse nome seja estremecido,
fruto de solidão , por dentro da sombra,
no movimento do corpo penetrando a alma
transbordando a escrita, qualquer coisa de vida
neste ar que goteja amor e amor suspira...
O que sonhei era antes perfeito, lúcido e divino,
e foi perdido nas ondas caprichosas do destino.
Razões de ser e de não ser, contrárias
Tumultuosas, carinhosas, várias.
Espectros dos meus próprios pensamentos,
Como um bando levado pelos ventos,
Arrebatado em vastos turbilhões...
N'uma espiral, de estranhas contorsões
Que me fitais com formidável calma,
enquanto meu ser se despedaça na palma
Ai de mim! Ai de mim! E quem sou eu?!...