Ato ateu

Densas nuvens envolvem o seu coração

E, o meu coração é denso

De etérea neblina que transparece

Em sóbria alucinação.

Seu corpo é o servo dos sentidos

Mas, o meu corpo é livre... Está solto

Envolto no vôo da imaginação

Ao largo do comum senso.

No pecado dos seus atos

Os meus atos são ateus

E, todos os sonhos meus...

São as representações dos fatos.

E de fato, o coração não peca

Simplesmente agoniza na ojeriza

Pelo entulho sensorial da emoção.

E, em meio a esse lixo social

Vivemos por conta do mal.

E, eu andante sem rumo

Com esse mundo... Não acostumo.

Pois cada ponto é o próprio infinito

Onde eu grito para o universo

Lançando meu conto maldito.

Partilhando os meus segredos

Confesso que às vezes... Sinto medo

Dessa verdade vir a me escapar.