FALANDO DE AMOR


"O amor é como uma borboleta: segure-o muito apertado e ele se romperá, deixe-o muito solto e ele voará."



Quando penso em "amor" logo me vem a palavra sacrifícios, é sobre aceitar as ideias da outra pessoa, compreende-las e lutar . É sobre amar e mostrar que se ama. É apoiar e mostrar-se que existe alguém presente. No fundo o amor é a menor distância, mas também a mais ténue entre duas pessoas. O amor é também sofrimento, pois nem sempre é possível fazer com que outro coração transmita o mesmo sentimento que o nosso. O amor por vezes é parvo pelo fato de duas pessoas se amarem e não viverem o que cada um tem para dar ao outro. Mas é o amor.

Mas contudo o amor se sente, não explica, não se entende. Mas quando se está envolvido, o amor é o que move o corpo, tentamos incessantemente entender aquele olhar que desvia, uma palavra dita num tom não usual, o silêncio passivo, o sorriso forçado... entender aquela pessoa que foge do lugar onde sempre sonhou estar para ir parar onde não quer. Não dá para entender quem deixa de amar com medo de sofrer e acaba sofrendo, provocando em si a dor que tanto temia. Não dá para entender quem se aproxima e depois some, quem promete mudar, mas não o faz. Não dá para entender falas tão distantes de ações. Não dá para entender como alguém que amamos tanto nos magoa na mesma proporção.

Não dá para entender como um sorriso nos faz esquecer de tudo que sofremos para tentar de novo. Não dá para entender pessoas que querem tudo e não fazem nada para ter. Não dá para entender quem dá mil chances para desconhecidos, mas não dá uma chance para quem o ama. Não dá para entender quem quer alguém igual e não faz o favor de se casar com o próprio espelho. Não dá para entender quem espera alguém que "encaixe" , como se fossemos um quebra cabeça. Não dá para entender aquela pessoa que você sabe que te ama, mas está com outro alguém por comodismo (ou seria covardia?). Não dá para entender quem sente saudade e prefere a distância. Não dá para entender quem nos coloca em um banquinho: não senta, não levanta e não permite que outro sente ao nosso lado . Não dá para entender tanta coisa...!

Não dá para entender aquele amor da sua vida que está em todo lugar, menos na sua vida. Não dá para entender o amor, seja ele correspondido, não correspondido. Não dá para entender o amor porque ele não pode ser entendido, é sentimento, não é razão.

O que dá para entender é que talvez você nunca mude, sempre continue preso dentro de você mesmo. E eu tenho que encarar a verdade...o que eu entendo é que por mais que sejamos compreensivos, dedicados, carinhosos, atenciosos...talvez para o outro nunca seja o suficiente...e por mais que nosso amor cresça a cada dia aos olhos do outro pode ser apenas fantasia... Sei que contudo no intuito de entender o outro, eu mais me entendo e percebo que o amor tem em si suas nuanças, ora pode nos acariciar, mas em outras nos fere sem qualquer piedade.

Dá para entender que eu ainda te amo, mas um dia esse amor pode silenciar, sinto (me) informar.
E que talvez eu escolha me envolver em barreiras, em imensas muralhas - pois talvez seja o único jeito de tocarmos a vida sozinhos. Pois o que não dá pra entender é um magoar ao outro de tal forma, que não reste escolha.

Pois no amor somente temos que nos deixar amar - mesmo que o sofrimento seja forte e intenso - Pois deve ser  muito pior não ter sentido, na hora que for inevitável a partida.

"O amor não conhece sua própria intensidade até a hora da separação."
                                                             (Khalil Gibran)


"Somente quem passa pelo gelo da dor chega à inocência do amor."
                                                            (Chiara Lubich)





Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 15/02/2011
Código do texto: T2793915
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