DOR AFLITA


Sorri com mais doçura a boca de quem sofre,
A Dor se condensou e as lágrimas correram.
A voz que a soluçar na desgraça aprendeu;
Que não há consolação nem regaço de quem muito amou e sofreu.

Mas o pranto, ao cair duns olhos rasos de água,
Torna mais penetrante e mais profundo o olhar.
Voz, que jamais vibrou num soluço de mágoa
se houve um tempo em que não existiu -

O rosto se cobre de grandes cinzas,
pesado como uma lágrima,
de planície vermelha, doce, gélida ou rápida.
E tendo em mim essa dor aflita
como se fosse possível calar tantos ais

Ainda, no fundo palpita
a dor que não mais grita
a dor que já não dói mais.
Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 15/02/2011
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