Minha poesia
Minha poesia não chega
às prateleiras empinhadas de mortas letras mudas , antes alcança ,
se esparrama e se derrama por sórdidas calçadas
em que a fome e a miséria física é suplantada pelo amor absoluto.
Meus versos não se declamam
em saraus almofadados,
regados a caviar ou vinhos;
Suor e lágrimas são minhas bebidas
e minha alma devorada.
Não presto-me a belas rimas forenses, antes
vomito palavras frias .
Se firo ouvidos sensíveis à delicados sons com a estridência de minha voz rouca,
Antes, ouça
O grito mudo de minha alma em desalinho e louca.
Minha poesia não se vende , antes se rende
não se cala ,
mas fala
se não palavras doces
antes , o fel de ferinas rimas.
Não escrevo em obrigação , mas por obrigações, por compromissos;
Não aos homens, mas a minha alma..