Minha poesia

Minha poesia não chega

às prateleiras empinhadas de mortas letras mudas , antes alcança ,

se esparrama e se derrama por sórdidas calçadas

em que a fome e a miséria física é suplantada pelo amor absoluto.

Meus versos não se declamam

em saraus almofadados,

regados a caviar ou vinhos;

Suor e lágrimas são minhas bebidas

e minha alma devorada.

Não presto-me a belas rimas forenses, antes

vomito palavras frias .

Se firo ouvidos sensíveis à delicados sons com a estridência de minha voz rouca,

Antes, ouça

O grito mudo de minha alma em desalinho e louca.

Minha poesia não se vende , antes se rende

não se cala ,

mas fala

se não palavras doces

antes , o fel de ferinas rimas.

Não escrevo em obrigação , mas por obrigações, por compromissos;

Não aos homens, mas a minha alma..

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 15/02/2011
Código do texto: T2793004
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