Na roda do tempo,assisto a mais uma transição:
mudanças bruscas nos ventos e,por certo
entre o calor do verão e o  pálido inverno
as brumas outonais anunciando nova estação.
Dias e noites agora tem a mesma duração,
mas entendo melhor ,sem qualquer tristeza
o verdadeiro sentido do efêmero e da estação
em que o amarelar das folhas tem sua beleza .
As ultimas chuvas deixaram sulcos profundos na terra,
viver as estações da vida deixou sulcos em minha face.
A natureza ,em seus movimentos, com insistencia encerra
inícios e términos, a paixão e o enlace.
Num mundo em que tudo só está de passagem
pressinto no entanto que ainda há colheitas a fazer,
pois os frutos maduros ao chão já caem
e apesar do vento mais frio ,é imperioso viver!
Tal como as arvores irei tambem me despir
das inquietudes da primavera e do verão em seu fulgor:
a nova estação exige a nudez da alma , o sorrir...
Tantas nuances ao meu redor,são um convite ao amor!
Será que colherei cerejas no outono?
Deixarei lá na primavera minhas ansiedades?
Se a brisa que sopra em abril é vento morno,
vou despir-me tambem das inuteis vaidades.
No céu,agora mais límpido ,verei estrela cadente
e nas noites mais frias a redonda lua,
tão redonda e brilhante,inspirando a gente
na mansa estação,onde minh 'alma jaz nua.
Nessa transitória existência,tal como nuvens de outono
as folhas irão amarelar de novo e cair ao sabor do vento
mas a esperança_essa despertará de seu breve sono
e todas as nuances de abril invadirão o tempo.

Marcia Tigani_ fevereiro 2011

MARCIA TIGANI
Enviado por MARCIA TIGANI em 14/02/2011
Reeditado em 20/03/2011
Código do texto: T2792399