Cretinos Abutres

Cretinos Abutres

Abutre cretino,

que na ânsia do sangue e da carne

desfere em maus augúrios lamúria nos ares

e, em plena luz de meio dia,

as tragédias alheias espreita!

O encanto negro entre outras penas

tem olhar rasteiro a então planar…

O lamento ameno em espasmos sente

é a verve em gotas quentes,

é o choro adstringente

em meio a um cárdio rubro mar!

Ante as flores a que passastes

ante as nuvens do céu azul

ante os jovens nos anos álacres

vacilantes no beijo ágape

ante os olhos nos olhos nús.

Foi na rapina dos campos negros

(pois já passara dos bosques vistos)

que então sentira mais farto odor…

Lá os corpos de ossos podres

tal o vinho dos velhos odres

de quem levara, na vida, o risco

de quem clamara, na morte, a dor.