O absurdo do destino

Esse destino me parece tão absurdo.

Você nem sabe o quanto eu chorei,

chamei seu nome.

Está tão frio esse inverno de amor,

que esconde a dor

de estar sozinha nesta casa escura,

pura solidão,

se o vento sopra sem caminho certo,

no meu relógio se faz tempo,

é muito perto.

Perto demais pra poder voltar,

longe demais pra se libertar,

com essa música perdida

eu canto tanto

que a voz fica tão longe,

canto tão mal,

e o mal envolve minha mente

com dentes afiados de um leão

oprimido pela lei de proteção.

Doeu demais essa unha que quebrou

perante a explosão da guerra

de um país que não

se sabe se é um vício ou perdição,

meu mal é tanto

que me espanto

de ver que ainda falo no absurdo,

se existe destino,

vamos bombardear, vamos desafiar.